Pais divorciados: a reação dos filhos depende da idade

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Muitos pais pensam que a separação afeta apenas eles.Na realidade, isto não é verdade se houver crianças envolvidas. Embora pouca atenção lhes seja dada, os pequenos sofrem com o divórcio, as brigas, os mal-entendidos e tudo o que pode resultar da separação. O divórcio dos pais pode ser uma situação que muitas crianças podem não conseguir resolver sozinhas. Além disso, é normal que tenham dúvidas a respeito e precisem de alguém com paciência e compreensão para esclarecê-las.

Não é por acaso que muitas crianças com pais divorciados acabam tendo problemas na escola que alguns começam a vivenciar álcool e drogas desde muito cedo ou que deixam de comunicar com a família. Os filhos sofrem tanto quanto os pais e ainda mais porque veem que fracassa uma das primeiras relações que têm como ponto de referência.

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Pais divorciados: as consequências dependem da idade

As consequências da separação não são as mesmas, quer a criança tenha 6 ou 2 anos. Na verdade, as circunstâncias mudam e o nível de maturidade é muito diferente. Por esta razão dependendo da idade da criança, ela será mais ou menos influenciada pela separação dos pais. Um elemento a ter certamente em consideração visto que tudo o que o influencia nesta idade irá afetá-lo anos para vir.

Uma criança com menos de 2 anos não entende o que é o divórcio e muito menos as consequências que dele advêm. Apesar disso, ele entende que algo está errado ou diferente, que há alterações no estado emocional dos pais e entende se estão ausentes ou não. Esta ausência traduz-se muitas vezes num sentimento de abandono e, devido ao clima envolvente, pode ter consequências psicológicas significativas se não for transmitida a segurança necessária.

Uma criança entre 2 e 3 anos encontra-se numa fase muito delicada de pleno desenvolvimento. Se a separação tiver um grande impacto na criança, a consequência pode ser um atraso significativo no desenvolvimento: atraso na aquisição de determinadas competências psicomotoras, dificuldade na aprendizagem da linguagem e problemas no controlo dos esfíncteres. Nesta idade a criança não entende o que implica o divórcio, só quer que os pais continuem juntos, o que é um sonho para ela.

Se a criança tem entre 3 e 5 anos já sabe (ou pelo menos entende) o que é o divórcio e o que ele acarreta então ele fará muitas perguntas.O problema surge quando se encontra respostas para o desejo de encontrar respostas mentiras que não o convencem e que, consequentemente, alimentarão a sua suspeita de que o mundo se transformou num lugar muito inseguro. Entre os medos que podem ser fomentados está o medo de ficar sozinho ou de que um dos pais o abandone. Por esta razão ele pode ser possessivo com um deles (ou ambos).

As crianças podem reagir com raiva, tristeza ou raiva diante da possibilidade de divórcio, como prova de que isso também as afeta.

A criança entre 6 e 12 anos é muito mais empática e consegue até se colocar no lugar dos pais mesmo que muitas vezes alimente a esperança de que eles continuarão juntos. Os adultos fazem isso às vezes, por que uma criança não deveria fazer isso?

Porém, é preciso ter cuidado porque uma decepção nesse sentido – entender que isso não vai acontecer – pode ter um grande impacto emocional, até muito mais forte que a própria separação. Pensar que uma situação é transitória não é o mesmo que pensar que é permanente: provavelmente a adaptação a implementar é a mesma mas o impacto emocional não será o mesmo.

Deve-se, portanto, considerar que uma criança nesta idade, apesar da maturidade, está longe de ter completado o seu desenvolvimento emocional. Existem processos que ele não vai entender, como o fato de duas pessoas apaixonadas terem decidido não ficar mais juntas. A sensação de viver em um mundo cujas regras complexas lhe escapam poderia prevalecer.

Nesta faixa etária a criança poderia desenvolver duas estratégias de comparação. Ele pode desaprender habilidades emocionais que aprendeu ou parecer forte enquanto esconde profunda dor e medo. No segundo caso, ele aprende a não expressar seus sentimentos, o que influenciará sua vida adulta.

Pais divorciados e comunicação com os filhos

A separação causa efeitos diferentes dependendo da idade da criança. Por isso, mesmo que nos sintamos destruídos e não tenhamos vontade, devemos sempre cuidar das dúvidas e preocupações dos mais pequenos, comunicar com eles e fazer com que saibam que apesar de todas as mudanças que vão acontecer iremos sempre amá-los e eles podem contar connosco.

Devemos pensar também que a criança se entrega culpa De Ele provavelmente acredita que seu comportamento levou seus pais a quererem se separar. Os pais precisam conversar com ele e fazê-lo entender que não é responsável – nem culpado – pelo que está acontecendo.

Ao fazer isso, você precisa tentar ser claro com o pequeno. Não adianta encobrir o que aconteceu acreditando que não vai entender a situação. I crianças eles entendem mais do que pensamos (especialmente o que os pais pensam) e precisam saber o que aconteceu. Ser claro e direto, não mentir e adaptar a conversa à idade é muito importante para que se sintam amados.

Muitos pais divorciados tentam virar os filhos contra o outro progenitor, o que é extremamente doloroso e prejudicial.

Muitos casais se concentram em si mesmos sem pensar nas emoções dos filhos. Isso faz com que se sintam abandonados ou desvalorizados. No entanto, você não pode evitar conversar com eles sobre uma situação tão importante. Porque embora você não consiga ver, provavelmente eles estão cuidando de uma ferida que, se não for tratada, ficará cada vez maior com o passar dos anos.

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